sábado, 26 de junho de 2010

Ecologia Emocional nas Organizações

As emoções são indispensáveis à nossa vida. São elas que nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. A natureza e a extensão do nosso repertório de respostas emocionais não dependem exclusivamente do nosso cérebro, mas da sua interação com o corpo, e das nossas próprias percepções do corpo.


(Tomaz e Lílian Giugliano, 2006)

Podemos observar que, de uma maneira geral estão ocorrendo significativas mudanças nas organizações. Mudanças econômicas, geográficas, e sociais, refletindo sobre os colaboradores, os quais são afetados diretamente por estas transformações, gerando tensões, ansiedade e emoções.

A emoção na carreira, muitas vezes, se transforma numa excelente energia, e esse é um bom efeito, proporcionando motivação no trabalho. Todavia, quando a emoção fica descontrolada, a situação se inverte.

Entender e reconhecer emoções primeiramente em si mesmo e, ainda nos outros é fundamental para se buscar qualidade em vários setores da vida, inclusive no trabalho. Quando bem administradas e bem controladas, podem trazer resultados altamente positivos em qualquer carreira.

Quando uma pessoa está sob forte emoção, uma série de substâncias são produzidas no organismo: Adrenalina, noradrenalina e cortisol. São os principais hormônios produzidos pelo ser humano. Não ultrapassando o nível de normalidade, estas substâncias são importantes para nosso corpo e para nossa vida emocional. Em excesso trazem conseqüências orgânicas para o ser humano causando transtornos, lesões, e alterações físicas, muitas vezes irreversíveis, causando danos à saúde. Ocasionando com mais freqüência doenças como, hipertensão, diabetes e outros. São as doenças psicossomáticas. São nestes momentos de crise, onde a pessoa já não consegue mais controlar a emoção, que se deve procurar ajudar de um profissional, psicoterapeuta ou um consultor pessoal que o orientará como voltar ao equilíbrio e autocontrole. Gerenciar as emoções é o ponto básico para lidar com as pessoas de maneira satisfatória e produtiva, é importante ter consciência sobre a responsabilidade e conseqüência dos nossos atos e nossas emoções.

Nestes momentos de crises, é até natural a defesa, como disse anteriormente, dependendo da emoção, medo ou raiva, é ativado determinado tipo de hormônio por todo nosso corpo e no cérebro onde nossa reação passa a ser de defesa ou de fuga. A todo o momento criamos hipóteses sobre pessoas e sobre situações. Como ninguém gosta de estar errado, a tendência sempre é de confirmar estas hipóteses custe o que custar. Este seria nosso maior erro e nossa maior sabotagem contra nossa própria felicidade.

Vida emocional organizada reflete automaticamente nas nossas atitudes e comportamentos.

Na carreira, o conceito de inteligência e competência vai muito além de conhecimentos técnicos. O ser humano não se constitui somente de razão, ele possui um lado emocional que poderá determinar como seu lado racional será melhor aproveitado ou não.

Costumeiramente vemos chefes que gritam, xingam e não são nada racionais em suas respostas. Eles são consumidos pela emoção e perdem o controle deles mesmos e do momento. Pense nas vezes em que você viu alguém perder o controle emocional. Não foi um desastre, tanto para a pessoa que perdeu o controle quanto para as outras que participaram do ocorrido?

Durante meu trabalho de consultoria e treinamento, tenho visto muitas pessoas talentosas perderem oportunidades de progresso profissional por não saberem controlar seu emocional. Essas pessoas brigam com chefes, subordinados, colegas... E sua utilidade para a empresa é reduzida enormemente.

Não podemos mudar as atitudes e comportamentos de outras pessoas. Mas podemos assumir que somos os responsáveis apenas por aquilo que está ao nosso alcance e pelas mudanças que podemos nos proporcionar.

Durante um confronto, em vez de se responder impulsivamente, pode-se sugerir que se fale sobre o assunto mais tarde, por exemplo: “tenho algo importante para terminar, podemos retornar a este assunto mais tarde”. É o tempo que se tem para repensar nossas próprias atitudes, bem como a estratégia para lidar com a situação. E ainda, como é maravilhosa uma noite de sono, ajudando a refletir e a solucionar situações em crise.

Uma atitude sadia seria pensar, refletir antes de tomar uma decisão, antes de agir. No caso da raiva isto muitas vezes não acontece.

A raiva é a emoção mais intensa que o ser humano possui e a mais perigosa, pois sua manifestação está ligada à agressividade.

Expressar a raiva vem a ser uma verdade, desde que esta expressão tenha intensidade e duração sob controle, ocasionando comportamentos impulsivos, levando posteriormente ao arrependimento. Ou seja, antes de expressar devemos refletir, porque a emoção do outro nos causou esta sensação?

Tanto o medo quanto à raiva são emoções de emergência que mobilizam a musculatura do corpo. Quando estamos com raiva, a energia se move dos pés para o topo da cabeça. Quando estamos com medo a energia vai para baixo. A cabeça vai para trás e os ombros se encolhem. A relação entre as duas emoções é tal, que se a direção dos movimentos for invertida uma se torna a outra. Isto é, se uma pessoa que está com medo ataca, ela vai ficar com raiva e sem medo. Se no ataque a pessoa se retrai, ela vai sentir medo e desiste do ataque. Vemos então que energeticamente essas emoções são polares.

Considero um dos aspectos mais importantes da comunicabilidade de uma pessoa, a energia que flui sutilmente através da sua voz e do seu corpo, das palavras e da sua postura, dos gestos e do olhar. É a expressão do seu otimismo ou pessimismo, da agressividade ou suavidade, do nível da sua auto-estima. É a comunicação sutil, quase invisível... Mas, presente, percebida pelos sentidos. Quão agradável é a energia que flui de pessoas otimistas, bem humoradas, felizes, que diante das adversidades da vida encontram desafios que serão superados.

Ecologia emocional nas Organizações tem por objetivo propiciar meios de se adquirir estas habilidades ou desenvolve-las, através do conhecimento do ser humano em sua totalidade (razão + emoção).

Conhecer as emoções, suas manifestações no corpo e sua intensidade, é essencial para se chegar ao controle emocional. Não significa que devo “engolir” minhas raivas e decepções, mas significa que devo ter conhecimento de como e onde manifestá-la.

Ter atitude diante de uma situação é em primeiro lugar saber refletir sobre toda a situação e sobre todas as possibilidades de minha reação.

Não é uma atitude fácil, mas não é impossível. Exige treinamento.

Ecologia Emocional nas Organizações, é uma ferramenta do consultor, instrutor de treinamento ou consultor de RH e do líder organizacional e estes devem tratar o colaborador como um patrimônio da organização. Deve ser um decodificador das mensagens da direção da empresa junto aos colaboradores a fim de evitar a “cascata tóxica” que é muito comum, bem como identificar quem são os propagadores da toxidade e transformá-los a fim de que os sentimentos negativos, como a raiva, não perpassem e atinjam negativamente em todos os demais processos. É reflexão, raciocínio.

Administrar as emoções ecologicamente deve ser habilidades das pessoas e como todas as habilidades, podem e devem ser treinadas.

A partir daí, teremos claro qual a dificuldade maior que se tem: se é o conhecimento da emoção, ou se é a expressão que sempre vem causando resultados negativos no outro ou em si mesmo.

Isso é auto-análise, autoconhecimento, possibilitando o autocontrole.

Uma consultoria personalizada ao executivo e um treinamento bem orientado e adequado proporcionará excelentes resultados, pois os colaboradores terão melhor desempenho, com significativa autonomia, engajados e felizes.